quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

UCODEP - Associação Unidade e Cooperação para o Desenvolvimento dos Povos e APACC - Associação Paraense de Apoio as Comunidades Carentes apresentaram o Projeto Água Potável e Higiene

Por ascom-apacc

 
O evento foi realizado no dia 15 de Fevereiro de 2012, no auditório da APACC - Cametá (PA). Com uma reunião aonde estiveram presentes Alessandro Ugolini da UCODEP, Pastoral da Criança, STTR - Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Cametá (PA) e dois Agentes Comunitários de Saúde de Cametá (PA) e Mocajuba (PA), que gentilmente aceitaram o convite. Além da equipe da APACC.

O Projeto Água Potável e Higiene é ancorado na UCODEP/Brasil que tem sede no município de Abaetetuba (PA), no Território da Cidadania do Baixo Tocantins. E será desenvolvido em parceria com a APACC. Além de possuir grande sinergia com as ações de saúde executadas pelo Projeto Mulheres do Campo.

Ele tem como objetivo geral, Melhorar a saúde e as condições de vida das famílias de agricultores e agricultoras familiares, ribeirinhos e quilombolas. Por meio da melhoria do acesso à água potável e com ações de sensibilização sobre temas como esterilização da água e de higiene pessoal. Com foco de atuação nos municípios de Igarapé Miri (PA), Cametá (PA) e Mocajuba (PA).

Objetivos específicos:

     Melhoria da qualidade da água que é consumida pelas famílias de ribeirinhos. Por meio da difusão de tecnologias simples para a esterilização da água e distribuição de kits de esterilização;
     Diminuição da incidência de enfermidades causadas por coliformes fecais. Com a difusão de banheiros secos e tecnologias que reduzem a contaminação por dejetos humanos e doenças causadas pela água contaminada;
     Melhoria do nível de sensibilização das famílias (especialmente das mulheres) sobre a higiene pessoal;
     Melhoria de qualidade da produção agrícola pela menor exposição dos produtos à contaminação. Para agregar valor e como consequência gerar renda e manter a segurança alimentar.


 Após as discussões, foram apresentados os critérios as comunidades que serão beneficiadas pelo Projeto Água Potável e Higiene. E foram agendadas visitas com o objetivo de apresentar o projeto para as comunidades e realizar um diagnóstico inicial sobre as questões relacionadas a ele.

Agenda de visitas:
·         Dia: 06/03/2012 Comunidade de Ponta Grande em Cametá (PA);
·         Dia: 07/03/2012 Comunidades de Paruru do Meio e Mapiraí de Baixo, em Cametá (PA);
·         Dia: 21/03/2012 Comunidade de Icatu, em Mocajuba (PA). 



A ilusão de uma economia verde


por Leonardo Boff

Tudo o que fizermos para proteger o planeta vivo que é a Terra contra fatores que a tiraram de seu equilíbrio e provocaram, em conseqüência, o aquecimento global é válido e deve ser apoiado. Na verdade, a expressão “aquecimento global”esconde fenômenos como: secas prolongadas que dizimam safras de grãos, grandes inundações e vendavais, falta de água, erosão dos solos, fome, degradação daqueles 15 entre os 24 serviços, elencados pela Avaliação Ecossistêmica da Terra (ONU), responsáveis pela sustentabilidade do planeta(água, energia, solos, sementes, fibras etc).
A questão central nem é salvar a Terra. Ela se salva a si mesma e, se for preciso, nos expulsando de seu seio. Mas como nos salvamos a nós mesmos e a nossa civilização? Esta é real questão que a maioria dá de ombros,especialmente os que tratam da macroeconomia.
A produção de baixo de carbono, os produtos orgânicos, energia solar e eólica, a diminuição, o mais possível, de intervenção nos ritmos da natureza, a busca da reposição dos bens utilizados, a reciclagem, tudo que vem sob o nome de economia verde são os processos mais buscados e difundidos. E é recomendável que esse modo de produzir se imponha.
Mesmo assim não devemos nos iludir e perder o sentido critico. Fala-se de economia verde para evitar a questão da sustentabilidade que se encontra em oposição ao atual modo de produção e consumo. Mas no fundo, trata-se de medidas dentro do mesmo paradigma de dominação da natureza. Não existe o verde e o não verde. Todos os produtos contem nas várias fases de sua produção, elementos tóxicos, danosos à saúde da Terra e da sociedade. Hoje pelo método da Análise do Ciclo de Vida podemos exibir e monitorar as complexas inter-relações entre as várias etapas, da extração, do transporte, da produção, do uso e do descarte de cada produto e seus impactos ambientais. Ai fica claro que o pretendido verde não é tão verde assim. O verde representa apenas uma etapa de todo um processo. A produção nunca é de todo ecoamigável.
Tomemos como exemplo o etanol, dado como energia limpa e alternativa à energia fóssil e suja do petróleo. Ele é limpo somente na boca da bomba de abastecimento. Todo o processo de sua produção é altamente poluidor: os agrotóxicos aplicados ao solo, as queimadas, o transporte com grandes caminhões que emitem gases, as emissões das fábricas, os efluentes líquidos e o bagaço. Os pesticidas eliminam bactérias e expulsam as minhocas que são fundamentais para a regeneração os solos; elas só voltam depois de cinco anos.
Para garantirmos uma produção, necessária à vida, que não estresse e degrade a natureza, precisamos mais do que a busca do verde. A crise é conceptual e não econômica. A relação para com a Terra tem que mudar. Somos parte de Gaia e por nossa atuação cuidadosa a tornamos mais consciente e com mais chance de assegurar sua vitalidade.
Para nos salvar não vejo outro caminho senão aquele apontado pela Carta da Terra:”o destino comum nos conclama a buscar um novo começo; isto requer uma mudança na mente e no coração; demanda um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal”(final).
Mudança de mente significa um novo conceito de Terra como Gaia. Ela não nos pertence, mas ao conjunto dos ecossistemas que servem à totalidade da vida, regulando sua base biofísica e os climas. Ela criou toda a comunidade de vida e não apenas nós. Nós somos sua porção consciente e responsável. O trabalho mais pesado é feito pelos nossos parceiros invisíveis, verdadeiro proletariado natural, os microorganismos, as bactérias e fungos que são bilhões em cada culherada de chão. São eles que sustentam efetivamente a vida já há 3,8 bilhões de anos. Nossa relação para com a Terra deve ser como aquela com nossas mães: de respeito e gratidão. Devemos devolver, agradecidos, o que ela nos dá e manter sua capacidade vital.
Mudança de coração significa que além da razão instrumental com a qual organizamos a produção, precisamos da razão cordial e sensível que se expressa pelo amor à Terra e pelo respeito a cada ser da criação porque é nosso companheiro na comunidade de vida e pelo sentimento de reciprocidade, de interdependência e de cuidado, pois essa é nossa missão.
Sem essa conversão não sairemos da miopia de uma economia verde. Só novas mentes e novos corações gestarão outro futuro.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Planejamento do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Cametá (PA) no Baixo Tocantins debate a Agroecologia e Economia Solidária

Por ascom-apacc



O STTR de Cametá (PA) realizou entre os dias 09 e 10 de Fevereiro, seu planejamento para o ano de 2012. O evento aconteceu na Comunidade de Carapina, região de várzea do município de Cametá (PA). E contou com a participação de Diretores (as) do STTR, de parceiros como a Casa Familiar Rural de Cametá e alguns Delegados Sindicais convidados. O principal objetivo do planejamento foi reunir as sinergias entre as secretarias sindicais, debater temáticas sobre a Agroecologia e incorporar ao planejamento a Economia Solidária.


O planejamento teve o apoio de um Assessor Técnico do Sindicato, além da assessoria da APACC - Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes, que contribuiu nas discussões, na metodologia e na realização do planejamento com um todo.
 
As atividades foram divididas da seguinte maneira: o 1º dia foi de debates e reflexões ao entorno da Agroecologia, dos objetivos e missão do STTR de Cametá (PA) e o 2º foi de ação de planejamento das ações estratégicas.

Abaixo segue as principais atividades que foram realizadas:

- Criação de grupos de jovens para capacitação em informática e educação ambiental;

- Implantação de parcelas de sistemas agroflorestais nas comunidades;

- Realização de um seminário para discutir a cadeia produtiva da mandioca, açaí entre outros produtos oriundos da Agricultura Familiar;

- Participação efetiva do STTR no Forúm de Ecosol do Território do Baixo Tocantins;

- Realização de campanhas de documentação;

- Apoio na realização de feiras locais.  

O STTR conta com a parceria de organizações como APACC, CFR de Cametá (PA), UFPA entre outras.








 

Grupo de Mulheres da AMA - Associação Agroextrativista dos Moradores do Ajó, em Cametá, no Baixo Tocantins-PA realiza mutirão de trabalho.

Por ascom-apacc



No dia 10 de Fevereiro de 2012, na comunidade do Ajó em Cametá (PA), um grupo composto principalmente por mulheres realizou um grande mutirão de trabalho.
O objetivo foi fazer a limpeza de um local no centro comunitário, aonde será construída uma mini agroindústria para beneficiamento de poupas de frutas, biscoitos entre outros produtos da agricultura familiar e do agroextrativismo.   
Na organização e planejamento deste mutirão, participaram 08 Mulheres e 04 homens. Mesmo diante de um dia com muita chuva, as pessoas estavam animadas e de mangas arregaçadas, ou seja, compromissadas com um objetivo comum entre elas. 
Este foi apenas um dos vários outros mutirões que irão acontecer para tal finalidade. 
Vale ressaltar que, toda a produção da associação do grupo de mulheres é agroecológica. E como um empreendimento, vem sendo fortalecida no intuito da geração de renda por meio da Economia Solidária.
Esta atividade tem o acompanhamento da APACC - Associação Paraense de Apoio as Comunidades Carentes, sendo que, uma delas por meio do Projeto Mulheres do Campo.